A Polícia Civil e a Procuradoria-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios realizam uma operação de busca e apreensão na Câmara Legislativa desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira (23)
Foto: Douver Barros.
Os alvos da ação são os gabinetes da Presidência da Casa e dos membros da Mesa Diretora. Malotes de documentos e computadores estão entre os objetos apreendidos e encaminhados para a Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap), onde os distritais prestam depoimentos.
A presidente da Câmara, Celina Leão, o primeiro-secretário da mesa, Raimundo Ribeiro; o segundo secretário, deputado Julio César; o terceiro secretário, Bispo Renato Andrade; o servidor da Câmara, Alexandre Braga Cerqueira; o ex-servidor, Valério Neves Campos; e o ex-presidente do Fundo de Saúde do DF Ricardo Cardoso dos Santos são alvos da Operação Dracon, da Polícia Civil do DF, que cumpre 15 mandados de busca e apreensão, condução coercitiva, além do afastamento cautelar.
O objetivo da operação é buscar provas dos crimes de corrupção ativa, passiva ou concussão envolvendo os distritais e servidores. Eles foram afastados, mas mantêm o exercício das funções de deputado distrital.
O presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas do Distrito Federal, Jeizon Allen Lopes, critica a falta de concursos públicos para a Câmara Legislativa e diz que considera vulnerável a envolvimento em casos de corrupção, servidores de indicação política.
“Isso é apenas um indício, um elemento de um problema que a Câmara tem há muito tempo, que é o excesso de apadrinhamento político. Desde 2005 não há concurso público. Só houve três desde que a casa foi criada”, lembra. “Um servidor de carreira, que tem uma carreira a zelar, vai pensar uma, duas, dez, mil vezes antes de se submeter a ser garoto de recados de eventuais propinas”, completa o sindicalista.
Juarezão assume
Com afastamento cautelar da Mesa Diretora, o deputado Juarezão (PSB), eleito vice-presidente da Casa nessa segunda (21), irá assumir a presidência, junto com os respectivos suplentes dos cargos.
No lugar do primeiro secretário Raimundo Ribeiro (PPS), assume Agaciel Maia (PR). Na segunda e terceira secretaria estarão a frente o deputado Lira (PEN) e Rodrigo Delmasso (PTN).
Relembre
Os órgãos apuram os supostos casos de desvio de recursos públicos denunciados pela então vice-presidente da Câmara, Liliane Roriz, que entregou áudios de conversas entre os distritais. Segundo a denúncia, os investigados teriam participado de um suposto esquema que destinava R$ 30 milhões de sobras orçamentárias de 2015 a empresas que prestam serviços à Secretaria de Saúde do DF, principalmente na área de UTI, Unidade de Terapia Intensiva.
Na última quarta (17), a Polícia Civil realizou buscas e apreensões em secretarias do Palácio do Buriti e em casas de servidores comissionados do Governo de Brasília, com o objetivo de obter provas sobre os casos denunciados pela presidente do Sindicato dos Servidores na Saúde do Distrito Federal (SindSaúde), Marli Rodrigues.
Com informações do Jornal de Brasília.
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