Em funcionamento há 20 anos, Pró Vida oportuniza recomeço para usuários de drogas
Em 1987, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o dia 26 de junho como o Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas. Essa data foi criada para conscientizar a população global sobre essa temática, enfatizando a necessidade de combater os problemas sociais criados pelas drogas ilícitas, além de planejar ações de combate à dependência química e o tráfico de drogas.
Com o objetivo de ofertar tratamento de forma humanizada e participativa em um processo multidisciplinar para pessoas que fazem uso de substâncias químicas com idade a partir de 18 anos, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) mantém o projeto Pró Vida. Ele existe há 20 anos e funciona na zona rural de Cacheira, BA, no povoado de Belém.
Um dos diferenciais do programa é o uso dos oito remédios da natureza: alimentação saudável, ingestão regular de água, ar puro, exposição à luz solar, prática de exercício físico, repouso, temperança e confiança em Deus.
O coordenador do projeto, Leonardo Carvalho, explica que a iniciativa é de acolhimento e apoio a pessoas interessadas em superar a dependência química. “Por isso a ADRA, através do projeto Pró Vida, realiza um trabalho psicossocial muito importante, ajudando cada acolhido no processo de reconstrução dos valores, desenvolvimento humano, social e no processo de reinserção familiar”, pontua Carvalho.
Fundo do poço
Era janeiro de 2011. Marcos Roberto estava no fundo do poço. Havia perdido tudo para as drogas, inclusive sua dignidade. Quando parecia que não existia mais solução para seus problemas, ele conheceu o projeto Pró Vida.
Mesmo nascido numa família cristã, ter aprendido valores e princípios, foi na separação dos pais que Roberto não soube lidar com a situação e entrou para o mundo das drogas. “Comecei a fazer escolhas erradas. Usava apenas de forma social. Trabalhava e sustentava o vício, até que alguns amigos vieram da Europa e me apresentaram drogas caras. Aí me afundei de vez na vida mundana”, conta, entristecido.
Com a volta dos amigos para o exterior, Marcos não conseguiu mais sustentar o vício e começou a usar craque. “Em um momento crucial, me apresentaram o projeto Pró Vida”, comenta. Ele relembra que estava no aeroporto no dia em que viajaria para uma clínica de recuperação, mas num momento de abstinência, fugiu e adiou o início do tratamento.
“Foi em um segundo momento que aceitei e fui. Cheguei lá e vi a natureza. Isso não era algo que me atraía e pensei em desistir. Porém, milagrosamente Deus me encheu de alegria e disposição, a fim de me permitir ser transformado por Ele”, compartilha.
Marcos reconstruiu sua autoestima e dedicou essa motivação para apoiar também a iniciativa, e durante três anos foi colaborador da clínica de recuperação.
Após dez anos, Roberto aproveitou a nova oportunidade de vida e recuperou tudo o que havia perdido. Hoje, professor universitário, relações públicas de federação, com uma família estruturada, filhos formados, ele comemora as conquistas. “Deus não só transformou minha vida, mas a vida da minha família. Ele me deu tudo de volta, dignidade, trabalho e reconhecimento”, expressa, feliz.
Hoje, o professor universitário remete ao projeto da ADRA e à cordialidade dos funcionários o sucesso de seu tratamento. Para ele, o diferencial do Pró Vida é justamente trabalhar questões espirituais. “Para mim, o projeto significa uma oportunidade, um lugar de renascimento. Um instrumento poderoso de Deus para transformar a vida das pessoas e dar a elas aquilo que há de mais importante. Não é só conseguir deixar de usar as drogas, mas também discipular outras pessoas para saírem do mundo do vício”, pontua.
Ao longo da última década, Marcos já ajudou mais de 500 pessoas a terem um recomeço. “Procuro retribuir aquilo que recebi da ADRA. Essa atitude trouxe para mim justiça, compaixão e amor”, conclui.
Marcos Roberto em momentos com a família |
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