Foto Keira Burton
Rapidez na identificação dos sintomas e na busca por socorro especializado influencia no sucesso do tratamento do AVC Popularmente conhecido como derrame, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é hoje a segunda maior causa de morte entre os brasileiros Dados mostram que o AVC mata cerca de 6 milhões de pessoas no mundo todos os anos. A condição ocorre quando o fluxo de sangue para determinada região do cérebro é subitamente interrompido, causando a morte das células cerebrais. Hoje, Dia Mundial do AVC, o Hospital Brasília, que faz parte da Dasa, maior rede de saúde integrada do país, destaca que apesar da gravidade do quadro, quanto mais cedo o diagnóstico, socorro e tratamento direcionado, menor a possibilidade de sequelas. Existem dois tipos de AVC, o isquêmico e o hemorrágico que, apesar de apresentarem os mesmos sintomas, se caracterizam de formas distintas. A coordenadora da neurologia do Hospital Brasília, Letícia Rebello, explica que o AVC isquêmico, o mais tipo comum, e que representa 85% dos casos, ocorre por causa da obstrução do fluxo de sangue dentro das artérias, o que impede a passagem de oxigênio para as células cerebrais, que acabam morrendo. “Essa obstrução pode ser desencadeada em um trombo que se forma em cima de uma placa de gordura ou de um coágulo que venha do coração”, esclarece a médica. Enquanto isso, o AVC hemorrágico é caracterizado pelo rompimento de um vaso cerebral, o que provoca hemorragia dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. Apesar de ser menos frequente que o AVC isquêmico, o AVC hemorrágico tende a ser mais grave e mais letal. Quando o paciente é encaminhado imediatamente para o hospital, ele tem mais chances de ser tratado com maior eficiência, evitando sequelas e morte. Para isso, é fundamental reconhecer com rapidez os sinais associados à condição. Tanto o AVC hemorrágico quanto o AVC isquêmico apresentam os mesmos sintomas. São eles: perda de força ou de sensibilidade em um dos lados do corpo, dificuldade para falar, alterações súbitas da visão, vertigem e assimetria do sorriso. “Caso você apresente sintomas de AVC ou acredite que outra pessoa esteja demonstrando sinais da condição, manter a calma e acionar o serviço de emergência são atitudes que devem ser tomadas imediatamente”, alerta a médica. A prevenção, não apenas do AVC como também de diversas doenças, começa pela adoção de hábitos saudáveis que devem ser incorporados à rotina. A especialista aponta que os principais fatores de risco são hipertensão, diabetes tipo 2, colesterol alto, sobrepeso, tabagismo, uso excessivo de álcool e sedentarismo. O tratamento depende do tipo de AVC e do tempo de chegada à unidade hospitalar. Pode envolver o uso de medicação endovenosa para dissolver o trombo, cateterismo cerebral para remover o trombo, cirurgia ou apenas cuidados na unidade de terapia intensiva. Mas a conduta deve ser definida por um neurologista. “A reabilitação é feita por equipe multidisciplinar (fonoterapeuta, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutricionista, enfermeiros e médicos) e depende do grau de sequela de cada paciente”, finaliza a neurologista. A equipe de Data & Analytics da Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, levantou o volume de atendimentos de AVC em seus hospitais do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, considerando o primeiro semestre de 2019, 2020 e 2021. O time constatou uma redução no número de atendimentos em Brasília (19%) e em contrapartida um aumento significativo de casos no Rio de Janeiro (32%) e uma subida menos expressiva em São Paulo (7%), comparando os seis primeiros meses deste ano com os do ano passado. No entanto, em São Paulo, a área de Data & Analytics da Dasa identificou no mesmo período uma queda expressiva de 56% de letalidade (número de óbitos x incidência da doença) por AVC. Já em Brasília e no Rio de Janeiro, o número de casos graves que evoluíram com a letalidade aumentou de forma expressiva em 21%, se comparado o primeiro semestre de 2021 x 2020.
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