Cultura organizacional
Em Santa Catarina, a FiberX Distribuidora já compreendeu a importância das mulheres em sua caminhada.
Com 14 anos de existência e considerada uma das principais empresas do segmento de telecomunicação do Brasil, a companhia - que nasceu no Oeste Catarinense e atualmente possui o centro administrativo em Itapema - tem realizado uma “reengenharia” em seus quadros profissionais para valorizar e reforçar a presença feminina em seus diversos setores.
O processo que busca reconhecer o protagonismo da mulher na área tecnológica começou há pouco tempo, mas traz mudanças importantes no organograma funcional. Atualmente, cinco colaboradoras já ocupam cargos de liderança nos 13 existentes na companhia.
“Em termos quantitativos pode parecer algo pequeno, mas quando se trabalha cultura organizacional é uma conquista muito grande”, explica a analista de Recursos Humanos, Caroline Sebage Pereira, que responde por um grupo de colaboradores onde apenas 33% são mulheres.
A CFO, Francieli Dela Giustina, concorda com as observações do representante da ONU e destaca a importância de se dar o primeiro passo no sentido da mudança. Segundo ela, dentro do universo da tecnologia “o maior desafio é quebrar o tabu de que mulher não entende do assunto e mostrar que consegue ter a mesma qualidade de trabalho que um homem”.
Francieli se orgulha da trajetória de criar umas das empresas mais bem-sucedidas do setor e garante que, com a chegada do 5G, novas carreiras femininas devem ser alavancadas positivamente.
Maternidade e vida profissional
Há mais de 15 anos atuando em diversos segmentos da área da tecnologia, a coordenadora de marketing da FiberX, Gizele Estácio, observa que a área é estimulante por permitir o contato direto com a inovação.
“O segmento de modo geral é muito masculino, mas aqui percebemos espaço e confiança no trabalho das mulheres que, assim como os demais profissionais da organização, precisam estar atualizados”, relata. Mãe de duas crianças em idade escolar, Gizele sente na pele o que é conciliar maternidade e vida profissional, mas enfatiza que é possível seguir confiante nos dois papéis: “os desafios são grandes e organização é fundamental”.
E Gizele não é a única neste desafio. Estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre Estatísticas de Gênero, em 2021, mostrou que apenas 54,6% das mães de 25 a 49 anos com crianças de até três estavam empregadas. E quando o assunto é maternidade negra, apenas 49,7% das mulheres estavam no mercado de trabalho.
Equidade de gêneros
A busca pela equidade de gêneros passa pela cultura organizacional e uma pesquisa realizada pela consultoria Deloitte denota isso. O estudo abordou 8 mil empresas de 66 países e demonstrou que apenas 16,9% dos cargos de liderança no mundo são ocupados por mulheres. Neste ranking, apresentado no segundo semestre de 2020, o Brasil ocupava o 38º lugar com apenas 8,6% de postos executivos exercidos por mulheres.
Coordenadora administrativa na FiberX Distribuidora, Sidiani Vieira de Andrade entende que o setor de tecnologia no Brasil tem muito a crescer e precisa superar a desigualdade de gênero e o descrédito de potencial. Já a Head de Vendas, Tatiana Canevese, reconhecida por criar e gerenciar equipes com altas performances de vendas, valoriza esse período de mudança que a companhia apresenta. Em seu ponto de vista, fazer parte de uma empresa livre de preconceitos também permite focar mais no negócio e acompanhar melhor a constante evolução que o segmento traz.
Para Letícia Miranda, Head of Legal da empresa, existem conquistas a cada dia, o que permite a criação de novas políticas e procedimentos de segurança que impactam positivamente toda a companhia.
Diversidade e inclusão
Analista de suporte numa área dominada por homens, Daniela Desteffani trabalha na FiberX Distribuidora e também se dedica aos estudos na área de segurança cibernética. Ela considera que o papel das mulheres é trazer diversidade, equilíbrio e mostrar que todos - independentes de gênero - são capazes de atuar onde quiserem.
“O gênero biológico/identidade de gênero não é algo que deve servir de parâmetro para definir a capacidade intelectual de uma mulher. A tecnologia veio com intuito de inclusão e acessibilidade, então devemos seguir o conceito e aplicar isso em nosso dia a dia”, conclui.
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