É sabido que a escrita é exemplo de recurso terapêutico no processo de autoconhecimento. Afinal, escrever acaba por nutrir a reflexão sobre quem somos e como podemos encarar a vida. As palavras também têm o poder de criar e recriar nossa realidade. O cotidiano é solo fértil para a ficção que tanto nos encanta, as biografias prorrogam a existência humana, a poesia é beleza e manifestação estética, mas campo artístico de resistência.
Para Lella Malta, escritora e preparadora literária, a escrita também é instrumento de empoderamento feminino, espaço de voz e acolhimento para aquelas que constantemente são emudecidas. "O apagamento da escrita de mulheres é um fenômeno antigo, mas que ainda faz parte da realidade das prateleiras de livros mundo afora. Escrever é marcar lugar na existência - e o mundo, construído sobre tintas do patriarcado, não tem histórico de convidar mulheres para passear em todos os seus campos", diz a brasiliense, que já publicou 4 livros, dois deles já traduzidos para o inglês e espanhol.
Há 2 anos, Lella criou o Escreva, Garota!, um grupo de apoio, engajamento e capacitação continuada de mulheres que escrevem. As participantes, que estão distribuídas em mais de 5 países, se encontram virtualmente para debater teoria literária, técnicas de escrita criativa, os segredos da autopublicação e o marketing literário, em uma espécie de clube exclusivo com vários benefícios.
Além de aulas com grandes nomes da literatura (Aline Bei, Carla Madeira e Socorro Acioli já passaram por lá), as inscritas participam de sorteios, têm descontos em gráficas e livrarias, e também marcam presença nos maiores eventos literários do Brasil. Sobre isso, vale registrar que o grupo estará com um estande na próxima Bienal do Livro de São Paulo, que acontecerá em julho, para que as assinantes possam lançar suas obras e realizar sessões de autógrafos para seus leitores.
"O objetivo é fortalecer uma rede de apoio feminina que se fundamenta na troca de experiências sobre escrita", explica Lella, que também mentora dezenas de mulheres que desejam publicar seus próprios livros. "Além de colocar nossas palavras no mundo, é fundamental que consumamos livros escritos por mulheres - e mulheres em toda a nossa pluralidade . Quantas escritoras você leu nos últimos tempos? Quantas delas são negras, LGBTQIA+, nortistas, nordestinas?", finaliza.
Para fazer parte do Escreva, Garota!, a interessada deverá entrar em contato no email oilellamalta@gmail.com ou via site www.lellamalta.com.br. A assinatura mensal custa a partir de R$ 60 e semestralmente são oferecidas bolsas em caráter social.
Serviço
Lella Malta - Terapeuta de Escrita Expressiva
Instagram: @lellamalta
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