Em Brasília, Projeto do IESB ajuda mulheres a vencerem desafios em suas relações amorosas, familiares e profissionais. A iniciativa é gratuita e envolve atendimento individual e em grupo com o objetivo de contribuir para o empoderamento feminino
Fotos: Bernardo Santos.
No dia 7 de agosto, a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) completa 16 anos. Principal instrumento de garantia dos direitos das mulheres no país, a lei prevê, além de dispositivos mais rigorosos contra crimes cometidos no ambiente familiar, ações que promovam a dignidade das mulheres. A data será marcada pelo Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher.
Em números, oito mulheres sofrem algum tipo de violência doméstica por dia no Distrito Federal. Só nos primeiros três meses deste ano, 3.909 se tornaram vítimas dentro da própria casa e procuraram a polícia. As estatísticas são da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) e reúnem registros que vão da agressão psicológica à física e, não raro, chegam até a morte.
Especialistas são unânimes em afirmar que a cultura machista e as limitações das políticas públicas para combater o crime encorajam a violência contra as mulheres. "A cultura machista e patriarcal, associada à ineficácia das políticas públicas destinadas à proteção das mulheres e à responsabilização dos autores, contribuem para a permanência e o aumento desses casos'', diz Miriam Pondaag, Doutora em Psicologia e professora do Centro Universitário IESB.
A psicóloga explica que as vivências de violência geram traumas nas mulheres e que muitas têm medo de denunciar. "Parte das ocorrências de agressão chegam a conhecimento dos órgãos públicos, mas muitas situações acabam não sendo detectadas, pois as vítimas não procuram ajuda, nem denunciam os casos por sentirem medo'', adverte a professora Miriam.
Projeto Auroras
Ter uma rede de apoio é tão importante que o Centro Universitário IESB, por meio da sua Clínica de Psicologia e com a participação de alunos e professores, desenvolve, desde 2019, o projeto Auroras, criado para ajudar mulheres a vencerem desafios em suas relações amorosas, familiares e profissionais. A iniciativa oferece atendimento psicossocial gratuito, individual e em grupo, com o objetivo de contribuir para o empoderamento feminino, o desenvolvimento pessoal, para a produção de novas narrativas identitárias, além de motivar o autoconhecimento e o autocuidado. A partir do primeiro atendimento, as demandas de cada mulher são analisadas e, em diálogo com cada paciente, avalia-se se o atendimento será na modalidade individual, grupal ou em ambas.
De acordo com a professora Miriam, coordenadora do projeto, o grupo permite compreender questões relacionadas ao feminino, às vivências e desafios que são comuns às mulheres. Vítimas de violência doméstica também são atendidas. "Isso traz maiores chances de ampliar a compreensão da influência do contexto e das representações sociais nas experiências das mulheres", completa a professora.
Como participar
O projeto Auroras oferece atendimento em grupo, de forma on-line, sempre às quartas-feiras, das 19h às 20h30. Já os atendimentos individuais podem ser presenciais ou on-line e são agendados, conforme a disponibilidade de cada participante. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas por meio do link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdOrI-orDaU0DBwYy-6tS6yokmshsNurJCFsXfKOnvSbkwfiw/viewform
Mais informações pelo e-mail: clinicapsicologiaiesbsul@gmail.com
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