Para
2023, mesmo com contexto internacional difícil, haverá oportunidades acredita
José Roberto Colnaghi, da Asperbras Brasil
O ano termina surpreendendo
pelo desempenho positivo da economia. No início de 2022, as expectativas
indicavam crescimento zero este ano. Os números definitivos só serão conhecidos
ao fim do primeiro trimestre de 2023, mas as projeções apontam que o Produto
Interno Bruto (PIB) brasileiro poderá crescer mais de 3%, impulsionado pelo
setor de serviços com a reabertura pós pandemia.
Da mesma forma, a força do
mercado de trabalho também foi uma surpresa. A taxa de desemprego exibiu queda
consistente ao longo de 2022, puxado pelo avanço da ocupação tanto informal
quanto formal, atingindo o menor patamar em oito anos. Pelo último dado
disponível, a taxa caiu para 8,3% no trimestre encerrado em outubro. Somente no
mercado formal, foram abertos 2,3 milhões de postos de trabalho nos primeiros
dez meses do ano.
“Mesmo com esses números positivos,
sabemos que 2023 terá muitos desafios, sobretudo pelo contexto econômico
internacional, mas terá também algumas oportunidades que o Brasil poderá se
beneficiar”, diz José Roberto Colnaghi, presidente do Conselho de Administração
da Asperbras, empresa com atuação no Brasil, na África e na Europa.
Os principais desafios
decorrem de a atividade econômica no país ter começado a desacelerar no segundo
semestre, como efeito da elevada taxa de juros. A Selic está em 13,75% no
momento.
O aperto na Selic, por parte do
BC brasileiro, que começou antes do movimento de subida dos demais países, já
está sendo sentido nos segmentos de bens mais sensíveis ao crédito, como
eletrodomésticos e veículos automotores.
De positivo, pode-se destacar
que, depois da desordem enfrentada nas cadeias globais de suprimentos
relacionadas à pandemia e à guerra na Ucrânia, os sinais são de normalização.
Internamente, o país vive um momento
de desafios, mas ainda assim, há boas oportunidades para o Brasil emergindo
diante da necessidade de reindustrialização, inclusive dos países
desenvolvidos, que estão repensando onde fixar suas fábricas.
É importante salientar,
contudo, que a reindustrialização parte de novas bases ambientais, em direção à
uma economia de baixo carbono e sob o paradigma da tecnologia. “Esta é a agenda
dos próximos anos da qual o país não pode se furtar, pois o futuro é verde e
digital e temos de estar prontos pra ele”, diz José Roberto Colnaghi.
De imediato, já no início de 2023, o governo eleito tem dado sinais de que pretende dar prioridade à Reforma Tributária. “É importantíssimo retomar a agenda de reformas estruturais para aumentar a produtividade e a competitividade das empresas brasileiras”, afirma José Roberto Colnaghi. “E a Tributária é a mais urgente. É uma discussão que se aprofundou nos últimos anos e está madura para ir adiante”.
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