Especialistas da Dasa alertam sobre os riscos para a saúde provocados pela obesidade, além de conscientizar para cuidados e tratamentos adequados para pacientes obesos
Pessoas que possuem um excesso de gordura corporal em quantidade que prejudica a saúde são consideradas obesas, de acordo com definição da Organização Mundial da Saúde (OMS). O número de indivíduos com essa condição tem alarmado o mundo todo.
A OMS estima que há mais de 1 bilhão de pessoas obesas, tanto em países desenvolvidos quanto nos subdesenvolvidos – sendo 650 milhões de adultos, 340 milhões de adolescentes e 39 milhões de crianças. No Brasil, a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel Brasil) mostrou que o percentual de adultos obesos entre 2006 e 2021 saltou de 12% para 22,45% nas capitais de todas as regiões do país.
O Dr. Alexandre Anderson, coordenador do serviço de cardiologia do Hospital Brasília Unidade Águas Claras – pertencente à Dasa, maior rede de saúde integrada do país – chama atenção para três grupos de doenças cardiovasculares graves associadas à obesidade: as ateroscleróticas, como o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC), que resultam do acúmulo de gordura nas artérias; as doenças de insuficiência cardíaca, quando o coração tem dificuldade para cumprir a função de bombear e receber o sangue; e as arritmias, sendo a fibrilação atrial a mais comum entre obesos, e ocorrendo quando há um “curto circuito” no coração devido à desorganização da atividade elétrica do átrio. “Essas doenças cardiovasculares resultam da obesidade e são agravadas por outros fatores de risco associados à obesidade, como a hipertensão arterial sistêmica (pressão alta) e o diabetes”, explica o cardiologista.
O médico esclarece que a principal recomendação para pacientes com obesidade crônica e doenças cardíacas é a perda acima de 10% do peso corporal para diminuir os prejuízos à saúde. "Mas é importante considerar que a perda de peso é um processo demorado e por vezes temos que reconhecer a necessidade de auxílio medicamentoso ou mesmo cirúrgico para atingir o objetivo”, pontua o especialista.
Em outra frente, a Dra. Fernanda Lopes, endocrinologista do Exame Medicina Diagnóstica, marca que também pertence à Dasa, informa que, quando pacientes apresentam quadro de excesso de peso, são realizados exames para avaliar doenças endócrinas relacionadas à obesidade, como excesso de cortisol (hipercotisolismo) e hipotireoidismo. “Outra triagem laboratorial importante está relacionada às complicações da obesidade, como alterações glicêmicas, alterações de colesterol e triglicérides, alteração das enzimas hepáticas, de ácido úrico, entre outras”, detalha a especialista.
O cardiologista ressalta ainda que o preconceito e estigma contra pessoas obesas têm sido um dos desafios para o tratamento e acolhimento desses pacientes. “O maior e mais comum erro médico é encarar o aumento de peso como mera indisciplina e com isso julgar aquele paciente. Sabemos que fatores psicológicos, genéticos, biológicos, alterações hormonais ou de outros componentes do organismo geram o aumento de peso”, frisa o Dr. Anderson.
“Devemos ter uma preparação especial para o cuidado com o paciente obeso, com equipamentos adaptados, ambiente com dimensões adequadas e equipe multidisciplinar para tratá-lo. Então não ter esse preparo estrutural com o paciente obeso também é uma forma de gordofobia”, reitera o cardiologista.
O Hospital Brasília Unidade Águas Claras oferece tratamento especializado, com um ambiente adaptado para pacientes com obesidade. Os pacientes encontram o Núcleo de Obesidade e Cirurgia Bariátrica, localizado na torre lateral do hospital. Essa é uma linha de cuidado ambulatorial que proporciona comodidade na estrutura física e tratamento completo aos pacientes.
No Exame Medicina Diagnóstica, o paciente pode fazer todos os exames necessários, entre os quais estão exames de sangue, exames cardiológicos, ultrassom de abdome total e, se houver recomendação médica, exames genéticos que ajudam no escore de risco para doença cardiovascular, como o Cardio ID. “Um grande diferencial também é a análise da microbiota intestinal, que tem alterações em pacientes com obesidade e que mostram o perfil de microbiota do paciente”, acrescenta a Dra. Fernanda.
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