Especialista alerta que capivaras são os principais reservatórios naturais da doença e que para se expor a locais que tenha a presença do animal é importante cobrir o corpo e fazer uso de repelentes 

 

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Com a iminência do período de férias escolares e o consequente aumento da movimentação turística em parques ou áreas rurais aumentam também as chances de infecção por febre maculosa. Essa doença, transmitida pelo carrapato-estrela infectado com a bactéria Ricketsiia rickettsii, pode ser fatal quando a pessoa contaminada não é tratada adequadamente. 

De acordo com o infectologista Victor Bertollo, do hospital Anchieta de Brasília/Kora Saúde, apesar de rara, a febre maculosa apresenta alta taxa de letalidade, em virtude da dificuldade da detecção precoce. Segundo o médico, os sintomas da doença em sua fase inicial se confundem com os de outros problemas de saúde.  

“O desafio em se diagnosticar a febre maculosa está no fato de, em sua fase inicial, os sintomas da doença se assemelharem a várias outras que são muito mais comuns, como dengue, outras arboviroses, leptospirose, que tem como sintomas febre, dor no corpo. Ela somente começa a ficar evidente em sua forma mais grave, quando a pessoa começa a ter manchas de hemorragia pela pele, por exemplo”. 

Outro agravante à detecção da doença está relacionado ao seu período de incubação que leva de dois a 14 dias, sendo o mais comum para a manifestação dos sintomas a média de 7 dias. Esse período dificulta aos doentes fazerem a correlação dos sintomas com o fato de eles terem estado em locais em que a presença de carrapatos é muito comum. Por isso, desconfiar de febre maculosa é pouco provável, retardando ainda mais seu diagnóstico. 

Victor Bertollo lembra ainda que a predominância de casos da febre maculosa, bem como do número de óbitos que, segundo o médico, estão entre 40 e 60 casos em média por ano, estão mais concentrados na região Sudeste.  

Prevenção 

A única forma de se prevenir o contágio é evitando o contato com o carrapato. Por isso, o infectologista dá algumas dicas de como se preparar para a exposição a locais onde existam mato alto, densa vegetação e, principalmente a presença de capivaras e de outros animais, inclusive domésticos cuja procedência seja desconhecida. 

O infectologista lembra que ambientes com densa vegetação escondem carrapatos, em especial onde transitam capivaras, reservatório natural do carrapato-estrela. “Os filhotes de capivara são particularmente os mais suscetíveis à infecção por Ricketsiia rickettsii. Eles infectam os carrapatos que, posteriormente infectam os humanos”. 

“Se for andar em regiões de mata, evite locais de grama alta; tente usar roupas claras porque fica mais fácil visualizar o carrapato; use roupas de manga comprida, calça comprida para tampar a pele para evitar o contato com o carrapato; use sapatos de cano alto e calçados fechados; sempre inspecione o corpo em busca do parasita e, se encontrar, retire com pinça, sem tocá-lo ou esmagá-lo e limpar o local com água e sabão”. 

Além disso use repelentes que possuam proteção contra carrapatos e faça o controle com antiparasitário nos animais domésticos. 

Tratamento 

Embora não haja uma vacina contra a febre maculosa, há cura para a doença, desde que a pessoa precocemente diagnosticada receba tratamento medicamentoso com antibiótico específico. Outro destaque importante é que a doença não é transmitida de uma pessoa a outra, somente pelo contato com o parasita. 

Por isso, o infectologista destaca: “é importante que os indivíduos que estiveram em zonas que tenham as características anteriormente citadas e que apresentem febre, febre com manchas no corpo, que procurem os serviços de saúde e comentem essa exposição ao médico para que este avalie se ali há uma hipótese possível ou não e iniciar o tratamento o quanto antes possível”, pondera o médico. 

 

 

Sobre a Kora Saúde  

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