A União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), diante das manifestações veiculadas na imprensa em favor do aumento da mistura do biodiesel no diesel fóssil, reforça que a consolidação deste plano não afetará o comportamento da produção interna de diesel fóssil.
A ampliação da mistura do biodiesel em nada impactaria a produção nacional de diesel fóssil (Diesel A) uma vez que a necessidade de importação do diesel de petróleo deve crescer além da capacidade interna de produção.
Segundo dados da Empresa Nacional de Pesquisa Energética (EPE) e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o aumento da produção interna de diesel fóssil será da ordem de 5 bilhões de litros por ano e a necessidade de importação será crescente, atingindo cerca de 19 bilhões de litros em 2032.
Manifestações do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP)/Leggio e do Tribunal de Contas da União (TCU), publicadas em 2022, também apontam o contínuo cenário de ampliação da dependência externa de diesel fóssil.
A Petrobras alcançou neste ano 97,3% de utilização recorde de sua capacidade de refino. Mesmo com os investimentos programados em ampliação pela petroleira, o país continuará dependente de combustível importado.
A ampliação da Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco – RneST, juntamente com o incremento do Biodiesel, tornaria o Brasil mais próximo da autossuficiência de combustíveis do Ciclo Diesel. Esse é o esforço que todos devemos buscar para promover mais segurança energética no país. Portanto, a Ubrabio reforça os são projetos são harmônicos em prol do desenvolvimento do Brasil.
Em resumo, o progressivo aumento da produção do biodiesel mitigará a dependência por diesel importado, não concorrendo com a produção nacional.
Assim, não há competição do setor de biodiesel com a Petrobras no mercado doméstico. A própria estatal, por meio da subsidiária Petrobras Biocombustível – Pbio, é uma grande produtora de biodiesel.
Descarbonização
A Ubrabio acredita que é fundamental aperfeiçoar, cada vez mais, os combustíveis.
No Ciclo Diesel, por exemplo, o Brasil ainda utiliza significativa parcela do Diesel S500 (500 partes por milhão de enxofre). Trata-se de um combustível banido em praticamente todo hemisfério norte por ser prejudicial à saúde humana, inclusive sendo considerado cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e também conforme publicado em nota técnica da ANP em 2022.
A melhoria do combustível fóssil, sobretudo o S500, é desejável e pode ser alcançada por meio da produção do diesel coprocessado (Diesel RX), conforme amplamente divulgado pela Petrobras.
Em consonância com a Frente Parlamentar do Biodiesel (FPBio), a Ubrabio entende que é preciso avançar, como o próprio governo tem defendido, nos combustíveis do futuro – projeto de lei que trata do bioquerosene, diesel verde, etanol e biodiesel, que já se encontra sob análise do Congresso Nacional.
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