Aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, palpitações e falta de ar são alguns dos sintomas comuns em ambos os casos
Uma pessoa que passa por uma situação traumática, geradora de grande estresse, pode desenvolver um distúrbio de ansiedade chamado transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), condição que, em geral, provoca uma resposta do sistema cardiovascular. Sintomas como o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, gerando palpitações, falta de ar e até mesmo dor no peito, podem surgir quando o trauma é recordado, por exemplo, por meio de flashbacks ou pesadelos.
De acordo com o cardiologista Marcos Perillo, do hospital Encore, pertencente à Kora Saúde, outra consequência do TEPT pode ser um aumento da excitabilidade, deixando a pessoa mais irritada, raivosa, alerta, e, com isso, também excitando o sistema cardiovascular, através do estímulo adrenérgico e, assim, provocando os sintomas cardíacos. Segundo o médico, esses sinais podem ser tão intensos que a dor no peito se torna semelhante à dor em aperto, associada à falta de ar, formigamento de braços e suor frio, sintomas experimentados no infarto.
“Durante uma crise desencadeada pelo transtorno de estresse pós-traumático, assim como em qualquer situação de estresse emocional, o coração pode ser acometido por uma grande descarga de hormônios, como a adrenalina, o que, eventualmente, pode gerar lesão nas células musculares cardíacas e, assim, levar a uma condição semelhante ao infarto, chamada síndrome de Takotsubo”, explica o cardiologista.
Popularmente conhecida como “síndrome do coração partido”, essa condição psicológica é mais comum em mulheres e ocorre após evento emocional importante. “Diferentemente do mecanismo do infarto, na síndrome de Takotsubo não há obstrução ou alterações nas artérias do coração, mas, sim, disfunção no músculo cardíaco, com consequente dor e diminuição da função do órgão”, afirma o dr. Marcos Perillo.
No entanto, o estresse também pode provocar o infarto por entupimento das artérias do coração. “Esse caso pode ocorrer após forte estresse, como a morte de um ente querido ou uma discussão, pois, nos indivíduos que possuem fatores de risco, como hipertensão, obesidade, tabagismo, colesterol alto e diabetes, o pico de estresse pode estimular a instabilidade de placas de gordura dentro das artérias, levando ao entupimento repentino e ao consequente infarto agudo do miocárdio”, informa o cardiologista.
Prevenção
Para evitar que condições psicológicas provoquem um evento cardíaco, a orientação do médico é que a prevenção seja feita com atividades físicas regulares – pelo menos três vezes por semana, acumulando 150 minutos ou mais de exercícios; com a manutenção de uma rotina saudável, por meio de alimentação balanceada e de sono de qualidade; e, inclusive, com o investimento em saúde espiritual, mantendo rotina de meditação, oração, reza ou conforme a crença pessoal ensina.
Tratamento
Segundo o dr. Marcos Perillo, além da prevenção, é fundamental a busca por tratamento especializado, com psiquiatra e terapia com psicólogo, para quem experimentou algum estresse traumático e, também, para aqueles que se encontram ansiosos e estressados, pois isso prejudica as relações pessoais, familiares ou profissionais.
“Aos indivíduos que lutam contra o transtorno de estresse pós-traumático, orientamos que busque um médico psiquiatra que tenha uma boa relação médico-paciente, construindo, assim, uma relação de confiança duradoura, afinal o tratamento requer tempo e terapias que podem variar entre indivíduos. A psicologia também é fundamental, proporcionando uma terapia não farmacológica importante, para que os indivíduos identifiquem gatilhos e possam manejar melhor as crises”, recomenda o cardiologista do hospital Encore.
Segundo o médico, também é importante a avaliação e o acompanhamento com cardiologista, porque, ao descartar as causas cardíacas para os sintomas – como palpitações, falta de ar, dores no peito e formigamentos –, o paciente se sente mais calmo durante as crises, por entender que os sintomas não são sinais de alguma doença cardíaca potencialmente grave, e isso diminui sua resposta de estresse nos episódios.
Sobre a Kora Saúde
Um dos maiores grupos hospitalares do país, a Kora Saúde possui 17 hospitais espalhados pelo Brasil e está presente no Espírito Santo (Rede Meridional nas regiões de Cariacica, Vitória, Serra, Praia da Costa, em Vila Velha, e São Mateus); Ceará (Rede OTO, todos em Fortaleza); Tocantins (Medical Palmas e Santa Thereza na cidade de Palmas); Mato Grosso (Hospital São Mateus em Cuiabá); Goiás (Instituto de Neurologia de Goiânia e Hospital Encore); e Distrito Federal (Hospital Anchieta e Hospital São Francisco). O grupo possui mais de 2 mil leitos no país e 11 mil colaboradores. A Kora Saúde oferece um sistema de gestão inovador, parque tecnológico de ponta e alta qualidade hospitalar, com o compromisso de praticar medicina de excelência em todas as localidades onde está presente.
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